sábado, outubro 28, 2006

Os ácidos, os amores e os ódios.

O tabu, o que não deve ser dito

O que não tem explicação

O que não deve ser nunca explicado

Um sentimento aprisionado, agrilhoado

A procura incessante

Como a teimosia de uma criança

Aquilo que queremos gritar

Mas que não sabemos nomear

O outro lado do espelho

A primeira letra de todas as palavras

A música que nos comove

O ente querido que já não vive

Todos os nascimentos

A solidão

O riso

O sol

(ergueram-se maiores monumentos ao deus sol que a qualquer outro deus)

A perda completa de entendimento

O olhar dos outros

A gente que passa

Os países exóticos e nunca visitados

Outros mundos

A dimensão dos sentimentos

As diferentes interpretações

O ruído das unhas no vidro

O rei que vai nu

O nu que nunca vai à rua

O sexo

A inexplicável torrente de energia

A inexplicável corrente de água do mar

O mar

O cheiro do mar

A causa das coisas

A palavra

A loucura

A simpatia

O sorriso

A verdade

A mentira

A ilusão

O destino

O magnífico interior dos pensamentos

Os olhares cruzados, calados e iluminados

A chama

A luz

O claro

O escuro

O toque profundo de um deus que não existe

A loucura

O medo

Um mundo geométrico

Um mundo natural

Debaixo das árvores, sentado e de olhos fechados

A magia

A palavra do que não existe mas é racional

As bruxas

As políticas do desconhecido

A insegurança de um barco sem leme

A necessidade de fuga

Os sonhos incorrectos

As vidas vividas em vão

O toque da tua pele que dá sentido a tudo

A falta de sentido das vidas confusas

A falta de pontes

O excesso de pontes

Os ácidos

Os amores

Os ódios.