JULIÃO OS AMADORES

Já nada temos a fazer sobre a Terra esperemos de
olhos fechados a passagem do tempo
dizia eu dizia eu
que é sobre a missa branca do teu peito que se erguem
os palácios rasos de água
no escuro no escuro
alguém nos levará tocando-nos com um dedo nós
trémulos, deitados, sem dizer palavra, morremos de
ter-nos conhecido tanto
e depois? e depois?
depois o halo de uma fita azul o martelo esquecido
sobre a pedra de um sonho
mas os salões? e a casa?
e o cão que nos seguia?
o teu rosto meu rosto
este homem alto
o Sol
Mário Cesariny
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