segunda-feira, novembro 27, 2006

JULIÃO OS AMADORES



Já nada temos a fazer sobre a Terra esperemos de


olhos fechados a passagem do tempo


dizia eu dizia eu


que é sobre a missa branca do teu peito que se erguem


os palácios rasos de água


no escuro no escuro


alguém nos levará tocando-nos com um dedo nós


trémulos, deitados, sem dizer palavra, morremos de


ter-nos conhecido tanto


e depois? e depois?


depois o halo de uma fita azul o martelo esquecido


sobre a pedra de um sonho


mas os salões? e a casa?


e o cão que nos seguia?


o teu rosto meu rosto


este homem alto


o Sol

Mário Cesariny